Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Se vc tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades...Teria ouvido muitas verdades que insisto em dizer brincando...Falei muitas vezes como um palhaço...Mas nunca desacreditei na seriedade da platéia que sorria...Charlie Chaplin
Só por hoje...
... Só por hoje direi que estou de mal com a depressão e se ela der as caras aplicarlhe-ei vinte bofetões de alegria.
... Só por hoje darei alta aos analistas, psicólogos, psiquiatras, conselheiros, filósofos e proclamarei que se antes eu era porque era o que eu era agora sou o que sou por que sou tão feliz quanto penso que sou. Como penso que sou feliz, logo sou.
... Só por hoje direi que a vida é uma festa, acreditarei que a vida é uma festa e farei da festa a minha vida.
... Só por hoje admitirei que todo homem nasce feliz, passa a infância feliz, depois cresce e esconde a felicidade para que não a roubem, só que daí esquece onde a colocou. Mas só por hoje lembrarei que estás na minha mente.
... Só por hoje rirei á toa e contar-me-ei uma piada tão velha quanto à história daquele sujeito que olhava por cima dos óculos para não gastar as lentes.
... Só por hoje, revelarei ao mundo que sou feliz e chamarei de absurda toda a opinião contrária.
... Só por hoje acreditarei que ri melhor quem ri por si mesmo. Já estou rindo.
... Só por hoje informarei a todos que sou tão feliz quanto resolvi ser.
... Só por hoje guardarei a seriedade no baú e deixarei que a criança interior brinque comigo o tempo todo.
... Só por hoje estarei tão bem humorado que rirei até daquele anuncio que diz: “vende-se uma mala por motivo de viagem.”
... Só por hoje admitirei que ser feliz é tão simples quanto dizer que sou feliz.
... Só por hoje estarei tão feliz que não sentirei falta de sentir falta da felicidade.
... Só por hoje expulsarei da minha casa a tristeza e hospedarei a alegria, o sorriso e o bom humor.
... Só por hoje abrigarei a felicidade sob o meu teto, vesti-la-ei com roupas do bem-estar, dar-lhe-ei a comida do sorriso, a bebida da alegria e a divertirei com conversas agradáveis e positivas.
... Só por hoje me divorciarei do passado, romperei o namoro indecoroso com os males do presente e casarei indissoluvelmente com a felicidade.
Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Clarice Lispector
Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz
Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade está longe de ti
receita de ano novo
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Metade de mim
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço, que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembro ter dado na infância,
porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer,
porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor
e a outra metade também. Desconheço o autorª
“Quem me dera ao menos uma vez acreditar em tudo que existe, acreditar que o mundo é perfeito que todas as pessoas são felizes “ Renato Russo
“Somos prisioneiros de nós mesmos, nunca se esqueça disso, e de quê não há fuga possível” Lao TSE.
A angustia que cresce em meu peito sufoca, penso em desistir, parar, mergulhar na doce paz do esquecimento sumir no tempo assim como o vapor queria sentir paz segurança, mas a incerteza do amanhã me persegue como um inimigo implacável que amedronta, apavora e implanta esta angustia desconhecida e inominável de algo perturbador que possa acontecer.
Todos aqueles que habitam este mundo e que tem batalhar e sobreviver nele por obrigação tem que ter sonhos para escapar por alguns instantes da realidade dura e cruel que é viver no meio de tanta hipocrisia, corrupção, prostituição do corpo e de mentes e muitas ainda jovens que não terão nem o direito a esta obrigação de sonhar pois seus sonhos terão morrido na vulgaridade e carregados por esta lama fétida que inunda a sociedade antes mesmo de brotarem.
Hás vezes gostaria de ser ignorante em relação a mediocridade humana, mais a minha razão não me deixa acreditar mais em nada o que não me deixa opção a não ser continuar doente na alma, com este vazio que me acompanha todos os dias, que parece não ter remédio, que parece não ter fim. E.c. Amaral
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Saudades
Foi por tí que num sonho de ventura, a flor da mocidade consumi, e as primaveras digo adeus tão cedo, e na idade do amor envelheci.
Vinte anos! Derramei-os gota a gota num abismo de dor e esquecimento de fogosas visões nutri meu peito vinte anos! Não vivi um só momento.
Contudo no passado uma esperança, tanto amor e ventura prometia, e uma virgem tão doce tão divina nos meus sonhos junto a mim adormecia.
E quantas vezes o luao tardio não viu nossoas amores inocentes não embalou-se da morena virgem no suspirar nos cantigos ardentes.
Eu sonhei tanto amor, tantas venturas, tantas noites de febre e de esperança, mais hoje o coração desbota, esfria e no peito no tumulo descansa.
Pálida sombra dos amores santos, passa, quando eu morrer no meu jazigo, ajoelha-te ao luar e canta um pouco.
Que eu até na morte sonharei contigo!!!
desconheço o autor