quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
domingo, 19 de agosto de 2012
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Um dia notei que eu não era mais EU, estava me perdendo em um
nada, quando não conseguir olhar nos seus olhos e dizer que estava bem, e esquecer
que já não estava mesmo, quando não ri das suas piadas sem graça.
Parei de fingir que te
entendia só pra te deixar feliz já não importa mais, minha tristeza já não
era mais tua, quando tua dor por me ver triste já não me incomodou mais.
Nada incomoda, opiniões alheias, intimas, nem as suas. Esqueça de
tudo o que sabe sobre mim nada corresponde a verdade era apenas um casaco de
lobo que me obriguei a vestir, não se apóie em minha força ela não existe
cansei de ser o atlas da nossa história e talvez somente uma vez eu me permita chorar e ser frágil só pra variar. E. C. Amaral
[DEUS]"Passei tanto tempo te procurando, não sabia
onde estavas. Olhava o infinito, não te via e pensava comigo mesmo: "Será
que Tu existes?" Não me encontrava na busca e prosseguia. Tentava te
encontrar nas religiões e nos templos. E Tu não estavas. Te busquei através de
sacerdotes e pastores e não Te encontrei. Senti-me só e desesperado. Te descri.
Na descrença Te ofendi. Na ofensa, tropecei e caí. Na queda, senti-me fraco. Na
fraqueza, pedi socorro. No socorro, encontrei amigos. Nos amigos encontrei
carinho. No carinho, vi nascer o amor. Com o amor vi um mundo novo. No mundo
novo, resolvi doar. Doando, recebi. Recebendo, me senti feliz. Feliz, encontrei
a paz. E com paz, foi que te enxerguei, pois dentro de mim Tu estavas. E sem Te
procurar... foi que Te encontrei
Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado, coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista... Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: " O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer". Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta. (Clarice Lispector)
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